Na sessão ordinária desta segunda-feira (31), a Câmara Municipal de Corrente voltou a tratar de uma das problemáticas mais recorrentes e sensíveis enfrentadas pela população: a falta constante no fornecimento de água no município. O tema foi levado à tribuna pelo vereador Salmeron Filho (Progressistas), que destacou a insatisfação da comunidade com os serviços prestados pela Agespisa.
Durante a fala, o vereador apontou que o problema é antigo e se tornou um verdadeiro ciclo vicioso, nunca devidamente sanado. Segundo ele, mesmo após a concessão feita pela Agespisa, em leilão realizado no estado do Piauí, e o início da transição da gestão do serviço para uma nova empresa, os problemas de desabastecimento persistem.
“O que vemos é a incapacidade da empresa em garantir um abastecimento regular de água. Mais de 35% da água captada no rio se perde em vazamentos na distribuição. Isso sem falar da qualidade duvidosa da água que chega às torneiras”, afirmou Salmeron.
A discussão ganhou o apoio de outros parlamentares. O vereador Robério Lustosa relatou um episódio recente em que testemunhou água esverdeada e com odor desagradável, ressaltando que “nem no verão, quando o nível do rio está baixo, e nem no inverno, quando há enchentes, a empresa consegue manter o serviço de forma eficiente”.
Já a vereadora Rosivânia Ribeiro, também do Progressistas, relembrou que o tema já foi pauta de outras sessões e audiências públicas, e lamentou a naturalização da falta de água no dia a dia dos moradores. “Infelizmente, estamos nos acostumando com o absurdo. Corrente precisa cobrar mais e com mais força. Não podemos aceitar esse serviço precário como algo normal”, declarou.
Durante sua fala, a vereadora também revelou ter oficializado, ainda no início da legislatura, uma solicitação à direção da empresa, que respondeu alegando “momento de transição”, sem oferecer perspectivas concretas de solução.
Os vereadores propôs o envio de um requerimento à direção da concessionária, cobrando uma resposta imediata à população de Corrente, que paga caro por um serviço ineficiente. Foi proposto ainda a realização de uma nova audiência pública, com participação da empresa e da população, para discutir ações concretas e cobrar compromissos.
O presidente da Câmara, vereador Cristovam Neto, lamentou a persistência do problema e afirmou que a casa legislativa seguirá empenhada em buscar soluções. “Já participei de audiências públicas sobre essa questão e conheço bem o drama vivido pelos moradores. Não podemos permitir que Corrente seja tratada com descaso. Vamos intensificar as cobranças e buscar, inclusive, o apoio de órgãos estaduais”, destacou.