Teresina se mobilizou, neste domingo (26), para a 3ª Corrida contra o Feminicídio, evento que busca mobilizar a sociedade em prol da erradicação da violência contra as mulheres. O evento foi realizado em alusão ao Dia Estadual de Combate ao Feminicídio e visa sensibilizar a população sobre a gravidade desse tipo de violência, promovendo novos comportamentos que contribuam para o seu enfrentamento no Piauí.
Para a secretária das Mulheres, Zenaide Lustosa, o momento simbolizou união e resistência contra o feminicídio. Ela ressaltou que o ato é uma demonstração de que se pode ter um Piauí sem misoginia, sem o ódio às mulheres.
“A participação de todos é essencial para erradicarmos a violência contra as mulheres. A corrida é realizada para que que esse tipo de violência nunca mais aconteça. É importante que a sociedade se sensibilize e compreenda a realidade que enfrentamos para que possamos avançar na erradicação do feminicídio”, pontuou a gestora.
A corrida, que teve início às 6h, teve largada no Parque Nova Potycabana, e reuniu participantes de diferentes faixas etárias e de diversos municípios. O percurso de 2,5 km seguiu pela Av. Raul Lopes, em direção à ponte Wall Ferraz, e teve chegada de volta ao parque.
A diretora de Enfrentamento à Violência da Secretaria das Mulheres (Sempi), Ana Cleide Nascimento, destacou que a corrida fortalece o empoderamento feminino, ressaltando também a significativa adesão de pessoas de diversos municípios. "A edição deste ano da corrida foi um sucesso, representando que o Piauí não tolera a violência contra a mulher. Isso é essencial", explicou a gestora.
Participação de diferentes instituições parceiras
O coordenador de Comunicação do Estado, Mussoline Guedes, destacou a importância da participação dos homens na causa. "Estamos aqui em prol da mesma luta, e a presença masculina é essencial para ampliar o conhecimento e fortalecer a causa", explicou o gestor.
A superintendente de Assistência Social e Povos Originários da Sasc, Assunção Aguiar, enfatizou a importância da corrida na conscientização sobre o combate à violência contra a mulher. "É essencial estarmos unidos para criar uma sociedade mais segura e proteger todas as mulheres, sejam elas da periferia ou de outros contextos. Essa integração é fundamental para fortalecer nossa luta", afirmou a gestora.
Além dos corredores, o evento também contou com a participação de ciclistas. Maria de Jesus Lima e Silva, que participou ao lado do marido, ambos ciclistas, enfatizou que, independentemente do meio utilizado, o essencial é defender a causa das mulheres e lutar por seus direitos.
Patrulha Maria da Penha
A Patrulha Maria da Penha esteve presente na Corrida contra o Feminicídio. A soldado Caroline de Sousa Lopes destacou que o evento aumenta a conscientização sobre a misoginia e o feminicídio, que são consequências graves da discriminação contra as mulheres na sociedade.
Sobre a logística de atuação durante a corrida, ela explicou: "Hoje realizamos o patrulhamento ostensivo e mantivemos pontos base. Estamos atentos a qualquer problema que possa surgir", reforçou a militar, que ressaltou ainda a importância das mulheres que sofrem violência buscarem a rede de atendimento disponível.
A policial militar Gisele Mendes foi uma das mais de 10 mulheres policiais do Maranhão presentes ao evento. Atuando na Patrulha Maria da Penha, ela destacou a importância da união e do apoio mútuo em eventos como a Corrida contra o Feminicídio, que visam o enfrentamento das violências sofridas pelas mulheres.
Autonomia econômica das mulheres
Um dos eixos essenciais da Sempi é o incentivo ao desenvolvimento da autonomia econômica das mulheres, permitindo que rompam o ciclo de violência e se empoderem.
Luciene Alves foi uma das várias empreendedoras presentes, mulheres que buscam a autonomia econômica. Ela participa das Feiras da Agricultura Familiar organizadas pela Secretaria da Segurança (SSP). "Hoje eu trouxe pimentas, molhos, ovos, macaxeiras, entre outros produtos", destacou a produtora.
"Aproveitamos momentos como este, em que reunimos pessoas de diferentes vidas, histórias e demandas, para promover uma causa comum," explica a coordenadora de Proteção às Mulheres da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Tatiane Seixas.
"Com o símbolo da Corrida, conseguimos unir essas pessoas coletivamente contra o feminicídio, contra as mortes de mulheres que ocorrem simplesmente por serem mulheres", acrescenta a gestora.
Parceiros
Além da corrida e das feiras, o evento contou com a participação de diversos colaboradores que se dedicaram a proporcionar um ambiente de apoio e conscientização. Serviços essenciais, como o espaço “Ei, mermã, você não está sozinha”, foram disponibilizados para oferecer suporte e informações sobre prevenção à violência doméstica.
A Corrida contra o Feminicídio aconteceu com uma rede de parceiros, incluindo diversas secretarias estaduais, empresas e instituições de ensino. Essas parcerias demonstram que a luta contra o feminicídio é uma responsabilidade coletiva, que deve ser abraçada por todos os setores da sociedade.
Canais de denúncias
Casos de violência podem ser denunciados por meio do “Ei, mermã, não se cale!”, que atende pelo WhatsApp 0800-000-1673, ou na Casa da Mulher Brasileira, localizada na Avenida Roraima, 2563, bairro Aeroporto, em Teresina. Ambos funcionam 24h.
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